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Notícias

Cabo Verde

17 de Março, 2012

Realização do Fórum sobre o Cooperativismo

No âmbito das comemorações do ano Internacional do movimento cooperativo (2012), declarado pelas Nações Unidas a FENACOOP realizou na cidade da Praia um fórum cujo o objetivo foi refletir o impacto movimento cooperativo em cabo verde e no mundo como instr No âmbito das comemorações do ano Internacional do movimento cooperativo (2012), declarado pelas Nações Unidas a FENACOOP realizou na cidade da Praia um fórum cujo o objetivo foi refletir o impacto movimento cooperativo em cabo verde e no mundo como instrumento eficaz de combate a crise financeira internacional. 

O ato solene foi presidido com o mais alto magistrado da nação crioula, Sua Ex.ª o Presidente da República Dr. Jorge Carlos Fonseca, e como palestrante tivemos a Honrosa presença do Comandante Pedro Verona Pires, Ex- Presidente da Republica e Cooperativista, bem como o Economista Dr. Paulino Dias, moderado pelo Dr. José Eduino M. Tavares, membro da Conselho Fiscal da FENACOOP.

O ato contou ainda dom os distintos membros da assembleia-geral da FENACOOP,  Representante do Governo (Ministra da Juventude, Emprego, Família, solidariedade Social) e as individualidades do ramo da cooperativa.

O fórum contou com as parcerias da Presidência da Republica e do Ministério da Juventude, Emprego, Família, solidariedade Social.

Algumas recomendações saídas do Fórum:

Este Fórum permitiu destacar alguns pontos críticos que devem ser acautelados para que não se incorra nos mesmos erros estruturais que ditaram a falência da “primeira onda” do cooperativismo. Entre esses pontos, sublinhamos:

• A promoção do cooperativismo não deve ser efetuada no sentido descendente, devendo antes ser posicionado como uma resposta a um estímulo criado anteriormente – a divulgação das oportunidades de negócio existentes e a demonstração das vantagens da cooperativa na exploração dessas oportunidades;

• A modelagem do comportamento cooperativo (assente nos seus princípios e valores fundamentais) deve preceder as formações técnicas relacionadas com a gestão e empreendedorismo, de forma a criar-se uma base que permita um pleno aproveitamento e aplicação desses conhecimentos técnicos ao universo cooperativo;

• A iniciativa da criação das cooperativas deve partir sempre dos empreendedores e da comunidade, devendo-se evitar a sua imposição como mero modismo;

• O envolvimento do Governo e outras organizações deve limitar-se apenas à criação das condições estruturais de funcionamento dos mercados, e à gestão do processo de comunicação/marketing do cooperativismo como modelo de organização empresarial na primeira e segunda fase e/ou quando se mostrar necessário, mas sempre no sentido de estimular e não de impor.

• A integração horizontal e vertical das cooperativas e/ou a criação de órgãos representativos deve resultar da iniciativa das mesmas e nunca promovida artificialmente (como a criação de Institutos…), podendo no entanto o Governo divulgar/comunicar os benefícios da integração como forma de obtenção de vantagens competitivas.

• É fundamental o envolvimento das Associações Comunitárias na linha da frente do processo. Primeiro, por estarem mais próximas das populações, evitando assim a percepção de movimento imposto de fora para dentro, segundo, para ajudar essas próprias associações a se “libertarem” de uma preocupante dependência crescente que se vem registrando, das populações em relação às associações (no que diz respeito ao emprego), e destas em relação às Câmaras, Governo e organismos internacionais (no que diz respeito a financiamento de projetos).


Acreditamos que é possível – e desejável – o relançamento do cooperativismo como modelo de organização empresarial auto-sustentável em Cabo Verde, no atual contexto que o país atravessa. Contudo, o sucesso de tal empreitada depende fundamentalmente da capacidade de “despoletar” um movimento social autônomo e natural que tenha como principal eixo dinâmico, não o Governo ou qualquer outra entidade similar, mas sim lideranças comunitárias empreendedoras, motivadas e ideologicamente alinhadas com os princípios e valores cooperativos.
Presidente da Fenacoop com o Ex-Presidente da República, Vencedor do Prémio Mo Ibrahim - Comandante Pedro Verona Pires, a receber o certificado de Mérito como cooperativista