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Cabo Verde

20 de Março, 2014

Presidente de Cabo Verde pede mais apoio para agricultores

O Presidente de Cabo Verde reconheceu hoje que, desde independência, a área agrícola registou "grandes avanços", mas exortou o Estado a dar mais apoio aos agricultores, principalmente no acesso ao crédito.

Numa mensagem por ocasião do Dia Mundial da Agricultura, que hoje se assinala, Jorge Carlos Fonseca instou os cabo-verdianos a aproveitarem a efeméride para refletir sobre o papel do setor, sobretudo na segurança alimentar, e apelou ao Governo para criar o "Seguro Colheita".

"Em Cabo Verde são notáveis os esforços feitos no domínio da mobilização da água (...), mas o papel do Estado é fundamental para alavancar a transformação da agricultura, através de programas de apoio, de linhas de crédito e de outras estratégias", indicou.

Para Jorge Carlos Fonseca, as linhas de crédito para a modernização agrícola são uma "necessidade insofismável", pelo que a atividade da agricultura empresarial, como qualquer outra, exige recursos "que não abundam" entre os agricultores cabo-verdianos.

"O papel do Estado não fica pelas infraestruturas e pela educação escolástica. A assunção do papel de fomento da atividade agrícola, primária e secundária tem de ser uma aposta coerente e a alcançar (...), pelo que a instituição do Seguro Colheita é imperiosa e constituirá um incentivo à agroindústria é vital", sublinhou.

O chefe de Estado cabo-verdiano insistiu na ideia de que são "dignos de realce" os esforços já feitos, aludindo aos diques, barragens e outros dispositivos construídos que estão, admitiu, a cumprir o seu papel "com sucesso".

"Mas, por maior disponibilidade, capacidade técnica e infraestruturas de que disponham, (os agricultores) não irão longe sem financiamentos a custo controlado (...), assim como as empresas e as cooperativas de produção precisarão de incentivos que devem ser disponibilizados em tempo oportuno", afirmou.

Jorge Carlos Fonseca defendeu que as medidas que o Estado nesse domínio devem ser "firmes e proporcionadores do reconhecimento e devido amparo ao trabalhador do campo", pois a "relativa ausência legislativa" na proteção social foi, "em certa medida", diminuída pela extensão da cobertura da previdência social no país.

"Não se perder o comboio da agricultura, que se quer ambientalmente sustentável e económica e socialmente benéfica também para quem produz (...). A agricultura é o setor que alberga a maioria dos pobres, na maioria mulheres", disse.