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Angola

11 de abril, 2013

Presidente da UNACA destaca entrada em circulação dos comboios dos Caminhos de Ferro de Benguela

O presidente da UNACA no Bié, Mariano Sassoma, afirmou hoje, na cidade do Kuito, que a entrada em circulação do comboio dos Caminho-de-Ferro de Benguela (CFB) constitui um dos melhores ganhos para a província. O responsável que falava à Angop, no âmbito do décimo primeiro aniversário da Paz e Reconciliação Nacional que o país vive, destacou a entrada em funcionamento do CFB como um dos principais ganhos que a paz trouxe à região e, consequentemente, às comunidades que vivem ao longo das linha férrea.

Mariano Sassoma adiantou que a circulação do Caminho-de-ferro de Benguela está a permitir a transportação de pessoas e de mercadorias a partir desta comunidade, a preços baixos e em grande quantidade, acrescentando que na altura dos conflitos tal trajecto era impossível.

Para ele, esta circulação tem vindo também, em grande medida, a facilitar os camponeses de transportarem os seus produtos do campo para os centros urbanos onde são comercializados.

De salientar que o comboio de passageiros e de cargas do Caminho-de-Ferro-Benguela voltou a apitar oficialmente em Junho do ano passado na comuna do Kunje (ex-Gar), no município do Kuito, província do Bié, depois de cerca de trinta anos de paralisação.

Este meio de transporte ferroviário volta a devolver a dignidade ao povo bieno e, não só, no que tange ao melhoramento do transporte, fruto do grande esforço do Governo angolano na recuperação da linha férrea que parte do município do Lobito (Benguela) até à fronteira de Louro, no Luau (Moxico).

No acto de inauguração, o ministro dos Transportes, Augusto da Silva Tomás, disse que o apito do comboio de passageiros do CFB, na comuna do Kunje, constitui uma grande vitória para o povo desta parcela do país, uma vez que vai contribuir para a melhoria da transportação de mercadorias e bens.

Segundo o ministro dos Transportes, a chegada do comboio constitui ainda o fruto do esforço do Governo angolano, liderado pelo Presidente da República, José Eduardo dos Santos, em resolver os problemas do povo.

Destacou igualmente a importância do funcionamento do comboio do Caminho de Ferro de Benguela para a região austral porque vai, por outro lado, proporcionar o desenvolvimento socioeconómico dos países vizinhos como a Zâmbia, a República Democrática do Congo, Botswana, entre outros.

Construído em 1902 para transportação de mineiro e maquinaria para o Congo Democrático e a Zâmbia, o CFB está sob gestão do Estado angolano desde o ano 2001, altura em que terminou o contrato de concepção com a companhia Belga, que até então supervisionou o seu funcionamento.

Com mil 346 quilómetros de linha férrea, os CFB percorrem uma vasta área até a fronteira com a República da Zâmbia, sendo a única ligação ferroviária da África Central com o oceano Atlântico.

A reabilitação geral e apetrechamento do Caminho-de-Ferro de Benguela custou ao Estado angolano duzentos biliões de Kwanzas, onde possibilitou a reabilitação de plataforma ou a base, reposição de carris de dimensões internacionais, construção de novas estações de comboios com capacidade de manusearem centena de toneladas ao dia.

O Executivo efectuou, de igual modo, a desminagem do ramal de mais de mil e 314 quilómetros, nos últimos anos, que está a permitir um desenvolvimento socioeconómico do corredor do Lobito, especialmente nesta parcela do país.