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23 de Maio, 2014

EXPOCOOP 2014: Cooperativismo precisa influenciar decisões políticas globais, afirma Pauline Green

Em pronunciamento de abertura da Expocoop 2014, a presidente da Aliança Cooperativa Internacional (ACI), Pauline Green, defendeu maior presença do cooperativismo nos fóruns de decisões políticas globais. Segundo ela, a importância econômica e social do movimento cooperativista o qualifica a ter maior influência junto a governos e tomadores de decisão, tanto em nível regional quanto nacional e mundial. “Está na hora das cooperativas assumirem seu papel. Vamos quebrar a redoma que nos impede de ter acesso aos fóruns que definem políticas que afetam a economia global. A voz de 1 bilhão de cooperativistas precisa ser ouvida”, defendeu.

Inclusão no G20 - Pauline comemorou a inclusão de um representante do cooperativismo na próxima Cúpula do G20, que acontecerá em novembro, na Austrália. “Pela primeira vez, estaremos presentes nesse fórum de discussões. Até hoje, os mandatários do G20 nunca ouviram a palavra cooperativismo ser pronunciada e estamos determinados a mudar essa situação. Queremos sentar à mesa e ter maior influência política”, disse. A líder conclamou a todos os cooperativistas a pressionar e buscar uma maior influência do setor na formulação das políticas nacionais. “Seus governos e chefes de estado devem saber sobre as demandas do cooperativismo”, ressaltou.

Papa - Pauline lembrou o encontro que cooperativistas da ACI tiveram com o Papa Francisco, em 2012. “O pontífice contou-nos que, quando garoto, seu pai explicou-lhe sobre o cooperativismo, uma conversa que ele nunca esqueceu. O Papa perguntou-me a razão pela qual os líderes mundiais ainda não perceberam os benefícios do movimento cooperativista, um modelo de negócios que entende os valores humanos e as necessidades das pessoas”, relatou.

Protestos - A presidente da ACI observou que os protestos recentes de jovens, em várias partes do mundo, condenam o sistema econômico e político vigente. “Mas, em todos esses movimentos, os jovens afirmam gostar do cooperativismo e o adotam como um modelo mais justo de negócios”, disse. Para ela, o cooperativismo precisa dar mais espaço à juventude, e citou o exemplo de uma cooperativa em Israel. “Jovens israelenses juntaram-se a jovens palestinos e fundaram um novo tipo de cooperativa, conseguindo até mesmo autorização para criar um novo banco cooperativo. Eles trouxeram a mudança, a inovação”, ressaltou. “São experiências que precisam ser replicadas em todo o mundo. Precisamos que os jovens usem as redes sociais para falar do cooperativismo.”

Boa impressão- Pauline disse estar impressionada com a qualidade dos produtos expostos na Expocoop, uma demonstração da profissionalização crescente do sistema. Qualidade de produtos e serviços que serão vitais para que as metas da ACI para a década sejam alcançadas. “Nossa estratégia pretende fazer com que, até 2020, o cooperativismo seja o modelo econômico e social com o maior crescimento no mundo. Mas, para que isso se realize, precisamos agir. Faremos o máximo para influenciar os líderes políticos a criar um ambiente adequado ao desenvolvimento das cooperativas. Juntos, podemos construir um mundo melhor”, concluiu.

Fonte: Ocepar em 16/05/2014