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Guiné Bissau

13 de Março, 2015

Guiné-Bissau tem grandes potencialidades agrícolas subaproveitadas

Bissau – A Guiné-Bissau dispõe de uma grande potencialidade agrícola, com destaque para a produção de arroz, mas é subaproveitada.

Esta conclusão consta no relatório final do estudo do sector do arroz, análise de cadeia de valor realizado pela Sociedade Comercial de Serviços, no quadro do Projecto Acções Integradas em Nutrição e Desenvolvimento Agrícola, com apoio financeiro da União Europeia.

O documento em causa, que a PNN consultou, destaca que é possível produzir arroz no país para atingir auto-suficiência alimentar e posteriormente exportar para o estrangeiro.

«O défice nacional é estimado entre 85.787 a 89.790 toneladas de arroz por ano. O sistema de produção é ainda, na sua maioria, arcaico com um rendimento por hectare abaixo do standard», lê-se no documento.
Entre várias conclusões que constam do estudo, a ser validado esta sexta-feira, 13 de Março, num atelier, destaca-se ainda que o desenvolvimento do sistema de produção na ecologia do planalto tem vindo a ser feito em deferimento do factor ambiental com o seu impacto negativo, enquanto o sistema de produção na ecologia de Bas-fonds, mangrove e irrigação apresentam melhores resultados, tanto do ponto de vista económico como ao nível ambiental.

«Tem sido feito pouco investimento na fileira do arroz, não existem créditos agrícolas, há falta de políticas de incentivos fiscais na importação dos equipamentos destinados à produção do arroz, não existe uma política proteccionista de produção local em relação às importações», conclui o documento.

Por outro lado, o estudo informa que o objectivo estratégico do Governo é de atingir para a auto-suficiência alimentar em arroz num horizonte temporal de cinco anos, ou seja, até 2020, com uma produção de 450.000 toneladas, contra as 200.000 toneladas actuais, sendo que até 2025 deve exceder na ordem das 500.000 toneladas para exportação, aproveitando um total 54.000 hectares de terrenos baixos.

Em termos de recomendações, o documento recomenda ao Governo no sentido de melhorar a capacidade do Instituto Nacional de Pesquisa Agrária, no domínio da pesquisa rizícola, promoção de actividades de vulgarização baseadas no modelo «Farmer´s Field School», elaborar projectos de escolas técnicas agrícolas e estabelecer a reserva de máquinas para o uso da lavoura mecanizada e reabilitação ou construção de novos perímetros de arroz irrigado.

O documento termina com recomendações ao Executivo de Domingos Simões Pereira, nomeadamente sobre a instituição de crédito agrícola bonificado a curto e médio prazo e sistema de micro finanças, em parceria com as instituições financeiras, para o financiamento de cadeia hortícola, tendo como impacto a criação de um ambiente favorável ao crescimento ao longo da cadeia rizícola.

(c) PNN Portuguese News Network